terça-feira, 30 de junho de 2009

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Graça barata e Graça preciosa!!


Nascido em Breslau, na Alemanha, em 4 de fevereiro de 1906, Dietrich Bonhoeffer foi teólogo, pastor luterano e um dos mentores e signatários da Declaração de Bremen, quando, em 1934, diversos pastores luteranos e reformados formaram a Bekennende Kirche (Igreja Confessante), rejeitando desafiadoramente o nazismo: “Jesus Cristo, e não homem algum ou o Estado, é o nosso único Salvador”.

Seus últimos dois anos foram vividos na Prisão Preventiva do Exército em Tegel, até que, em 9 de abril de 1945, pouco tempo depois do suicídio de Adolf Hitler e apenas três semanas antes que as tropas aliadas libertassem o campo, foi enforcado em virtude de seu engajamento na resistência anti-nazista.

Em sua obra mais famosa, escrita no período de ascensão do nazismo, intitulada “Discipulado”, Bonhoeffer desenvolve o conceito de “graça barata e graça preciosa”, uma das mais belas páginas da teologia protestante. Eis um pequenino trecho:

“A graça barata é a graça que nós dispensamos a nós próprios. A graça barata é a pregação do perdão sem arrependimento, é o batismo sem a disciplina de uma congregação, é a Ceia do Senhor sem confissão dos pecados, é a absolvição sem confissão pessoal. A graça barata é a graça sem discipulado, a graça sem a cruz, a graça sem Jesus Cristo vivo, encarnado.

A graça preciosa é o tesouro oculto no campo, por amor do qual o homem sai e vende com alegria tudo quando tem; a pérola preciosa, a qual o comerciante se desfaz de todos os seus bens para adquiri-la; o governo régio de Cristo, por amor do qual o homem arranca o olho que o escandaliza; o chamado de Jesus Cristo, o qual, ao ouvi-lo, o discípulo larga as suas redes e o segue.

A graça preciosa é o evangelho que há que se procurar sempre de novo, o dom pelo qual se tem que orar, a porta à qual se tem que bater.

A graça é preciosa porque chama ao discipulado, e é graça por chamar ao discipulado de Jesus Cristo; é preciosa por custar a vida ao homem, e é graça por, assim, dar-lhe a vida; é preciosa por condenar o pecado, e é graça por justificar o pecador. Essa graça é sobretudo preciosa por tê-la sido para Deus, por ter custado a Deus a vida de seu Filho – “fostes comprados por preço” – e porque não pode ser barato para nós aquilo que para Deus custou caro. A graça é graça sobretudo por Deus não ter achado que seu Filho fosse preço demasiado caro a pagar pela nossa vida, antes o deu por nós. A graça preciosa é a encarnação de Deus.

A graça preciosa é a graça considerada santuário de Deus, que tem que ser preservado do mundo, não lançado aos cães; e é graça como palavra viva, a palavra de Deus que ele próprio pronuncia de acordo com seu beneplácito. Chega até nós como gracioso chamado ao discipulado de Jesus; vem como palavra de perdão ao espírito angustiado e ao coração esmagado. A graça é preciosa por obrigar o indivíduo a sujeitar-se ao jugo do discipulado de Jesus Cristo. As palavras de Jesus: ‘O meu jugo é suave e o meu fardo é leve’ são expressão da graça [...] A graça e o discipulado permanecem indissoluvelmente ligados”.


terça-feira, 23 de junho de 2009

Reflita!!!


Cantar e pular na igreja, fazem de você um crente, tanto quanto dormir na garagem faz de você um Cadilac!!

Frase do msn do agente do pão!!!Perfeita...rsrs

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O que é missão?




“Com quem podemos contar para levar a sério a ordem: ‘Ide e fazei discípulos de todos os povos’?”

É o plano de Deus:
Antes mesmo do mundo ser criado, Deus sabia que o homem iria pecar. Sendo assim, Ele preparou, de antemão, um plano de salvação. Neste plano divino estava o conteúdo da obra missionária, que é o anúncio do Evangelho de salvação ao mundo perdido. (Gn 3:15; Ap 13:8; Ef 1:4 ; 1Tm 1:9; 1Pe 1:19 e 20).
É a ordem de Jesus:
Um dos maiores mandamentos de Jesus registrado nas Escrituras é a ordem de fazer missões (Mc 16:15; Mt 28:19 e 20). Antes da ascensão, sua última ordem foi: “Ide por todo o mundo”. (Mc 16:15).
É a obra do Espírito Santo:
O propósito pelo qual o Espírito Santo foi enviado é capacitar e dirigir a Igreja no avanço da obra missionária (Lc 24:47-49). Todo movimento espiritual que se denomine avivamento e não vise a conquista de almas para Cristo é pura emoção e não unção (At 1:8; 2:1-5,14; 4:5-12,31; 13:1-4).
É dever da Igreja:
Jesus não deixou a responsabilidade da Grande Comissão a nenhuma instituição humana. Antes, privatizou esta importante tarefa à sua amada Igreja (Mt 28:20; Jo 15:16; 17:18-20). Portanto, façamos missões.
É responsabilidade de cada cristão:
Cada cristão tem a responsabilidade de apoiar a obra missionária com oração. (Rm 15:30; Ef 6:18-20; Cl 4:2-4); com contribuição (Fl 4:10-20; 2 Co 9:6 - 14); e evangelização (1Co 9:16; ­­Ez 33:6-8).

quarta-feira, 17 de junho de 2009

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Vida!

Já perdoei erros quase imperdoáveis,
tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquecíveis.

Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas
que eu nunca pensei que iriam me decepcionar,
mas também já decepcionei alguém.

Já abracei pra proteger,
já dei risada quando não podia,
fiz amigos eternos,
e amigos que eu nunca mais vi.

Amei e fui amado,
mas também já fui rejeitado,
fui amado e não amei.

Já gritei e pulei de tanta felicidade,
já vivi de amor e fiz juras eternas,
e quebrei a cara muitas vezes!

Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
já liguei só para escutar uma voz,
me apaixonei por um sorriso,
já pensei que fosse morrer de tanta saudade
e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo).

Mas vivi!
E ainda vivo!
Não passo pela vida.
E você também não deveria passar!

Viva!!

Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida com paixão,
perder com classe
e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é "muito" para ser insignificante.

terça-feira, 9 de junho de 2009

A história está pronta? Sim ou Não?


Há três maneiras de responder essa pergunta; três cosmovisões que tentam explicar o mundo, o desenrolar da vida e a esperança futura. Para entender essas cosmovisões, comparemos a criação do universo com a produção de um filme .

Eis as três possibilidades:

1. O universo não é um filme - não há seqüência de eventos. Nessa visão o mundo não é uma construção; toda história e realidade surgiram prontas em um único ato criador; Deus contempla presente, passado e futuro num Eterno Agora. O conceito de liberdade é ilusório, porque não há construção nenhuma ainda por acontecer– tudo já está definido, o futuro é algo já “acontecido”, portanto, imutável e plenamente conhecido.

2. O universo é um filme, porém já criado e produzido. “Podemos nos lamentar sobre as partes ruins, rir das partes engraçadas, mas podemos apenas partilhar a experiência; nada do que fazemos pode mudar o que vemos. Deus criou a terra no tempo, mas ligou o futuro daquela criação à sua mente que tudo sabe; assim o futuro está fixado e é imutável. Essa visão difere da primeira apenas porque permite que o tempo seja um elemento distinto e real em um processo que, se não fosse por isso, seria determinístico”.

3. O universo é o cenário de um filme em andamento – “O diretor sabe muito do que acontecerá no filme, mas os detalhes concernentes à cenas e aos eventos menores são opções dos atores. Esse é o modelo do mundo no qual o tempo é real, e o futuro tem opções dentro de certos limites definidos divinamente” (Pratney, 41).

No primeiro modelo existe fatalismo e a vida acontece agrilhoada às rodas do destino sem ir a lugar nenhum; simplesmente gira sem qualquer propósito – muitas religiões orientais, o budismo por exemplo, se aproximam mais desse modelo.

No segundo modelo, o desenrolar da história segue trilhos fixos e, igual à primeira, nada ou ninguém pode alterar seu curso previamente fixado por Deus. Mulheres e homens podem gozar do privilégio de participar no filme, mas a história chegará ao seu destino com ou sem a participação humana.

No terceiro modelo, Deus ainda não construiu tudo e convida os seres humanos para serem seus “cooperadores” (essa expressão é do apóstolo Paulo, mas eu também gosto de “artesãos”) da história. Não foi uma farsa de Deus dar ao primeiro casal o privilégio de nomear animais e cuidar do jardim.

Nesse modelo, Deus criou o universo, mas livremente decidiu (porque não havia necessidade) que a história seria construída, digamos, “a quatro mãos” – as nossas e as dele.

Algumas culturas acreditaram – a grega foi uma delas – que o mundo existia e fluía a partir de forças impessoais, mas a narrativa judaica da criação demonstra que o universo aconteceu como resultado de um projeto amoroso; por detrás do primeiro “fiat” havia um Deus amoroso.

Concordo com Juan Luis Segundo quando afirma:

“Cada ser humano está estruturado para inventar seu próprio caminho num universo incompleto e colocado nas mãos humanas. Pelo menos em relação a seu sentido. Em outras palavras – em princípio – àquilo que o homem decida fazer com ele e dele” (Segundo, p. 133 - o grifo é meu) .

O significado mais profundo da narrativa bíblica é que Deus, na verdade, apostou na construção da história com a participação humana. Essa aposta, mesmo sabendo da fragilidade e das contingências do humano (ele se lembra que somos pó), foi verdadeira, nunca um jogo.

Alguém poderia negar e dizer que tal parceria seria impossível já que toda a raça humana se corrompeu e só um louco confiaria nela. Mas, na outra face da mesma moeda, torna-se absolutamente fantástico saber que o Todo-Poderoso amorosa e livremente decidiu dividir com gente infinitamente menor do que ele a concretização da história, que aqui chamamos metaforicamente de “filme”.

Volto a Juan Luis Segundo e reverentemente transcrevo suas observações sobre o diálogo construtivo entre Deus e seus filhos:

“O Deus ‘eterno’ chama os homens para dialogar com ele dentro dessa história. Sabemos que todo o universo foi criado para que este diálogo possa existir. Ou seja, para que cada resposta do homem a Deus seja, ‘antes’, apaixonadamente aguardada e ‘depois’ respeitada.

Obviamente, nossa imaginação, essencialmente temporal, não nos mostra como a liberdade de Deus dispôs de seu próprio ser, de modo que possa ouvir, emocionado, com um amor de infinita fidelidade, e com a surpresa contida e inscrita em todo ato de liberdade, a resposta de seu interlocutor.

Não estamos feitos para imaginar um amor, uma surpresa, uma criação sem tempo, sem um antes e um depois. Mas, estamos diante da alternativa lógica: admitimos que tem sentido falar de Deus em termos de ‘sentido’ – ou seja, em categorias temporais – , ou eliminamos o amor, a surpresa, o sentido e, obviamente, todo planejamento divino do universo.

E como insinua Sartre, na frase de As Moscas, várias vezes citada, negamos um Deus monstruosamente impassível e indiferente, para poder dar um mínimo de sentido e dignidade a nosso universo e a nossa liberdade.

Também a teologia joanina do Apocalipse, na última de suas cartas às Igrejas da Ásia Menor (Ap 3.20), apresenta Deus numa atitude que, com toda a lógica, deve estender-se a todo homem livre: ‘Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo’.

A frase na íntegra não teria o menor sentido fora da dimensão temporal... já fiz alusão a esta atitude de Deus para com o homem livre, e a dependência (livre, é claro) que Deus quis ter em relação ao homem. Está vibrando nessas duas letras: ‘se... ‘, que ficariam desprovidas de sentido e incompreensíveis se esse ‘se’ (condicional) não marcasse um antes e um depois na situação – dialogal – de Deus com o ser livre.

Mas, neste momento, interessa-me destacar o que supõe a segunda parte da frase. ‘Estar à porta... ’ significa esperar. E, obviamente, não há espera possível sem tempo. Que será, porém o que Deus espera? Nem mais, nem menos que a boa acolhida de seu interlocutor: entrar, sentar-se à mesa e cear com ele.

Isto fica ainda mais em destaque pelo fato de que a vantagem que o homem via tirar de uma resposta positiva fica como que separada daquilo que Deus espera: ‘... e ele comigo’. E que isto deveria ser esperado (ou apreciado0 pelo interlocutor. Mas, de qualquer modo, a ceia comum iguala a importância do que participam dela. E Deus também espera que essa igualdade modifique a atitude do homem para com Deus, com o mundo e com seus semelhantes” (Segundo, p.544 - grifos meus) .

As Escrituras repetem que Deus fielmente pede que seus filhos não rivalizem com ele na construção da história, mas que se mantenham parceiros. Os profetas choraram lágrimas divinas, porque a história não seguia os rumos antecipados pelo Senhor.

Para Hannah Arendt, a sublime condição humana reside em sua capacidade de construir a história através de três atividades fundamentais: labor, trabalho e ação (Arendt, p.15).

O labor corresponde ao processo biológico do corpo humano, que sustenta a vida - o coração bate, os rins filtram e o cérebro comanda - Gasta-se energia para viver.

O trabalho é o “artificialismo da existência humana”, porque transforma a realidade do mundo natural. O ser humano entra no mundo, o transforma e é por ele transformado. No poema de Vinicius de Moares:

"Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção".

Mas, a ação é “a única atividade que se exerce diretamente entre os homens sem a mediação das coisas ou da matéria, corresponde à condição humana da pluralidade, ao fato de que homens, e não o Homem, vivem na Terra e habitam o mundo”.

No que Arendt chama de ação, somos autores, criadores (logicamente finitos, mortais e falhos) arquitetos, poetas, romancistas, teólogos, médicos, inventores, atletas. Na ação, transcendemos e damos à nossa existência um valor para além do temporal. Nossa existência tem surpresa, "maravilhamento" - num gesto de gratuidade do criador, podemos fazer a vida bela.

Deus creator” criou o “Homo Faber”, para que ele só sobreviva biologicamente (labor) , não só realize (trabalho); mas, acima de tudo, crie o inédito (ação).

Voltemos a Arendt e com ela, celebremos a fantástica possibilidade de poder fazer história:

“É da natureza do início que se comece algo novo, algo que não pode ser previsto a partir de coisa alguma que tenha ocorrido antes. Este cunho de surpreendente imprevisibilidade é inerente a todo início e a toda origem...

O novo sempre acontece à revelia da esmagadora força das leis estatísticas e de sua probabilidade que, para fins práticos e cotidianos, equivale à certeza; assim, o novo sempre surge sob o disfarce do milagre.

O fato de que o homem é capaz de agir significa que se pode esperar dele o inesperado, que ele é capaz de realizar o infinitamente improvável. E isto, por sua vez, só é possível porque cada homem é singular, de sorte que, a cada nascimento, vem ao mundo algo singularmente novo.

Desse alguém que é singular, pode-se dizer com certeza, que antes dele não havia ninguém. Se a ação, como início, corresponde ao fato do nascimento, se é a efetivação da condição humana da natalidade, o discurso corresponde ao fato da distinção e é a efetivação da condição humana da pluralidade, isto é, do viver como ser distinto e singular entre iguais” (Arendt, p.190 - grifos meus).

Numa história inacabada, Deus continua convidando homens e mulheres para fazerem fluir a justiça como um rio caudaloso num reino da paz.

“Quem enviarei? Quem irá por nós?” – Is.6.8.

Soli Deo Gloria.
Ricardo Gondim

Bibliografia:
Pratney, Winkie - A Natureza e o Caráter de Deus -Editora Vida.
Segundo, Juan Luis - Que Mundo? Que Homem? Que Deus? - Paulinas.
Arendt, Hannah - A Condição Humana - Forense Universitária.



O novo e o milagre



O novo sempre acontece à revelia da esmagadora força das leis estatísticas e de sua probabilidade que, para fins práticos e cotidianos, equivale à certeza; assim, o novo sempre surge sob o disfarce do milagre.