O caminho para a paz começa com a aceitação da verdade a meu respeito - toda a verdade.
Qualquer fragmento de mim que eu me recuse a aceitar torna-se o inimigo.
Minha luta em conviver com certas pessoas tem uma explicação simples: elas representam para mim precisamente aqueles elementos que me recusei a reconhecer e aceitar em mim mesmo.
Aceitar a verdade sobre meu próprio dilaceramento é insuportável, senão impossível, sem que eu me volte para Cristo. Se a visão que tenho de mim mesmo não for purificada pela misericórdia e pela compaixão de Jesus, preciso ser falso, camuflar minhas verrugas e apresentar a voce um eu muito admirável, livre de falhas e superficialmente feliz.
Para Meister Eckart, a equação: "em Cristo = em paz" é sempre válida. Quando aceito a verdade a meu respeito, um naufrago que foi salvo, e a entrego 'a pessoa de Jesus, estou em paz ainda que não me sinta em paz. A paz que procede de Deus e excede todo entendimento (Fp 4.7) foi conquistada por Cristo na cruz e não depende de meus sentimentos e diposições oscilantes.
A paz que vem de aceitar a verdade inteira sobre mim está enraizada em Cristo, que reconciliou "consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra quanto as que estão nos céus, estabelecendo a paz pelo seu sangue derramado na cruz" (Cl 1.20). O shalom de Jesus não é mera saudação, mas uma declaração de autoridade do Filho de Deus, Palavra crucificada que produz a paz que proclama.
Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração,
prova-me, e conhece as minhas inquietações.
Vê se em minha conduta algo te ofende,
e dirige-me pelo caminho eterno.
Salmo 139.23-24
Nenhum comentário:
Postar um comentário