quarta-feira, 21 de julho de 2010

A difícíl tarefa de perdoar ( 1 )







Após certo tempo na caminhada de fé, passamos a lidar com certos assuntos como peritos. Perdão é um deles. É simples: Deus diz que a gente tem que procurar o irmão pra se reconciliar, antes de dar uma oferta (Mt 5.23-24); que devemos perdoar até 70 vezes 7 (18.22); e nós ainda oramos: “Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”. Daí, nos damos conta de que Deus, no curso da história, tem um projeto de reconciliação, e nos inclui. Então, de novo, parece simples, vamos executar o projeto.. Mas não é... Quando esbarramos em dificuldades (internas e externas) à execução desse projeto, percebemos que perdoar é uma atividade complexa, uma tarefa difícil.

Olhemos para a conturbada história de Michael Jackson e sua família (especialmente seu pai). É a história de alguém que alega ter sido ferido na infância, carregou as marcas disso na vida, nunca conseguiu perdoar e terminou botando em prática um “plano de punição”. Essa história me fez pensar sobre como lidamos com as ofensas que recebemos e fazemos.

Como lidar com um amigo que nos trai? Como tratar um pai, que abusou de você na infância? De que maneira agir com um irmão que me deve?

A resposta prática de Deus na Bíblia, se chama perdão. Mas quando estamos machucados, o perdão não soa um negócio assim tão romântico. Queremos punição, justiça... Como transformar nossos planos de punição em um programa de perdão? Ao olhar para a história de Jonas, talvez o processo possa ser do reconhecimento de certas coisas à ação.

Em primeiro lugar, precisamos reconhecer quem Deus é nessa história

Desde o princípio, Deus teve de lidar tanto com a potência para o pecado como com o pecado efetivo no ser humano. Em resposta, ele se irou, se arrependeu de ter criado, permitiu que as consequências da ofensa viessem contra as próprias pessoas, porque ensinou que pecado tem consequências.

Mas, Ele é amor. Então escolheu a via do perdão e da reconciliação, por pura Graça... Na definição de Miroslav Volf, perdoar “é oferecer aos ofensores a dádiva de não condená-los pelo seu erro”. Assim, Deus revela seu caráter, que Jonas (4.2) conhecia muito bem: “És Deus misericordioso e compassivo, muito paciente, cheio de amor e que prometes castigar, mas depois te arrependes”.
A mais direta implicação desse reconhecimento é ser recrutado para o “programa de perdão” de Deus, que era o que Jonas deveria ter feito. Mas (1º) ele fugiu, e (2º) ele murmurou perante o resultado de ter pregado para Nínive: “Eu sabia Deus que você é pronto, como na queda de um chapéu, a transformar seus planos de punição em um programa de perdão” (The Message).

(Continua...)



Jonathan Menezes

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