quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Sem espaços para fingimentos!!



Jesus chega ao âmago da questão quando deposita a criança sobre a perna. Ela não é muito centrada em si, e por isso não é cheia de achamentos e inibições, nem é dada a fingimentos.

Recordo-me da noite em que o pequeno John Dyer, três anos de idade, bate em nossa porta acompanhado dos pais. Olhei para bbaixo e disse:
_ Olá, John. Que bom ver você.
Ele não olhou nem para a direita, nem para a esquerda. Tinha o rosto rígido como uma pedra. Franziu a testa, meio cerrando os olhos com a mira apocalíptica de uma arma em posição de tiro.
_ Cadê os biscoitos? _ exigiu.

O reino pertence a pessoas que não estão tentando fazer parecer que são boas, nem buscando impressionar ninguém, muito menos a si próprias. Não ficam arquitetando meios de chamar a atenção para si, preocupadas com a forma em que suas ações serão interpretadas, nem se perguntando se guanharão medalhas por seu comportamento.

Vinte séculos depois, Jesus dirigi-se incisivamente ao asteca presunçoso que se deixou enrredar pelo narcisismo fatal do perfeccionismo espiritual, também àqueles de nós que se viram vangloriar-se de suas vitórias na vinha, àqueles de nós que se preocupam demasiadamente, fazendo estradalhaço, com suas fraquezas humanas e defeitos de caráter.

A criança não precisa lutar por uma boa posição que lhe permita relacionar-se com Deus.

Ao ver Natanael se aproximando,
disse Jesus:"Aí está um verdadeiro israelita,
em que não há falsidade".
João 1.47

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

O mistério da pessoa de Deus!!



Acaso, entraste nos mananciais do mar...?
Jó 38.16


Algumas coisas da natureza têm de permanecer como um mistério para as mais inteligentes e perscrutadoras investigações. O conhecimento universal é algo que se restringe exclusivamente a Deus. Se isto é verdade no que diz respeito às coisas temporais e visíveis, é muito mais verdade ainda no que se refere aos assuntos espirituais e eternos. Por que, então, eu tenho torturado o meu cérebro com especulações sobre o destino, a vontade, a fatalidade estabelecida e a responsabilidade humana? Não sou capaz de compreender estas verdades profundas e obscuras, assim como não sou capaz de sondar as profundezas das quais os oceanos extraem seu estoque de água. Por que sou tão curioso para saber a razão das providências de meu Senhor e os motivos de suas ações? Quando eu terei a capacidade de segurar o sol em meu punho e agarrar o universos nas palmas de minhas mãos? Mas estas coisas são apenas uma gota em um balde de água, se comparadas com o Senhor, meu Deus.


Jamais devo me esforçar para entender o infinito; ao contrário disso, devo gastar minhas energias em amor. Aquilo que não posso ganhar por meio do intelecto posso obter por meio das afeições. Isto deve satisfazer-me. Não posso penetrar o coração dos oceanos, mas posso desfrutar das brisas saudáveis que sopram sobre ele e velejar sobre as suas ondas azuis. Se eu pudesse entrar nas fontes dos oceanos, esta façanha não teria um propósito útil para mim, nem mesmo para as outras pessoas. Isto não salvaria o navio que naufragou, como não traria de volta à sua esposa entristecida e a seus filhos o marinheiro que morreu afogado. Tampouco o meu desvendamento de mistério profundos provaria qualquer coisa. O menor amor para com Deus e o mais simples ato de obediência a Ele são melhores do que o mais profundo conhecimento. Meu Senhor, deixo contigo o infinito e rogo que Tu me guardes do amor pela árvore do conhecimento, o que me privaria da árvore da vida.


FONTE: Charles Haddon Spurgen.com

Servindo a Deus com Alegria!!!!

No meio do povo de Deus, muitos certamente estão com as mentes cheias de planos para o futuro e para as diversas esferas do serviço nas quais, se o Senhor nos conceder mais tempo de vida, nos engajaremos. Pode ser que o bem-estar de nossas famílias, a prosperidade dos negócios, ou a atividade no serviço para o Senhor sejam considerados como as questões que mais deveriam ocupar nossa atenção. Mas, de acordo com minha avaliação, o ponto que mais requer cuidado é este: se temos verdadeira satisfação e alegria interior no Senhor!
Outras coisas podem pressioná-lo; a obra do Senhor pode, inclusive, requerer urgência sobre seu tempo e preocupação. Mas eu repito deliberadamente: é de suprema importância que você busque acima de todas as coisas encontrar verdadeira alegria e satisfação no próprio Deus. Dia após dia, procure fazer disso o assunto mais importante de sua vida. Essa tem sido minha firme e determinada convicção nos últimos 35 anos. Nos primeiros quatro anos após minha conversão, eu não sabia de sua vasta importância, mas agora, depois de muita experiência, recomendo este ponto de maneira especial para ser ponderado por meus irmãos e irmãs em Cristo. A chave para servir na obra de Deus de modo realmente eficaz é – ter alegria em Deus e experimentar verdadeiro relacionamento e comunhão com ele.
Mas de que maneira podemos alcançar essa permanente felicidade de alma? Como aprender a ter prazer em Deus? Como chegaremos a uma plena satisfação de alma em Deus a tal ponto de sermos capazes de abrir mão das coisas deste mundo como vãs e sem valor em comparação com o que temos nele? Eu respondo, essa felicidade pode ser obtida através do estudo das Sagradas Escrituras. Por meio delas, Deus tem se revelado a nós na face de Jesus Cristo.
Nas Escrituras, pelo poder do Espírito Santo, ele se manifesta ao nosso homem interior. Lembre-se, não é o Deus de nossos pensamentos ou de nossas imaginações que precisamos conhecer, mas o Deus da Bíblia, nosso Pai, que deu Jesus, seu Filho bendito, para morrer por nós. É esse Deus que devemos procurar conhecer intimamente, de acordo com a revelação que deu de si mesmo em sua tão preciosa Palavra.
A maneira como estudamos essa Palavra é uma questão da mais profunda importância. A parte mais cedo do dia que nos for disponível deve ser dedicada à meditação nas Escrituras. Devemos alimentar nosso homem interior na Palavra. Devemos lê-la – não para os outros, mas para nós mesmos. Todas as promessas, os encorajamentos, as advertências, as exortações, as repreensões devem ser recebidas diretamente no nosso coração.
De maneira especial, tomemos o cuidado de não negligenciar porção alguma da Bíblia. Ela deveria ser lida do princípio ao fim regularmente. Ler partes favoritas da Bíblia – e deixar outras de lado – é um hábito que deve ser evitado. Porém, mesmo a leitura completa da Bíblia não é suficiente. Precisamos buscar o conhecimento íntimo e experimental daquele que é revelado pelas Escrituras, o bendito Jesus que se entregou para morrer em nosso lugar. Oh, que satisfação verdadeira e duradoura nossa alma encontra nele!
Agir na Luz que Recebemos
Outro ponto precisa ser especialmente observado: a importância de se esforçar sempre para colocar em prática aquilo que aprendemos. Devemos procurar agir de acordo com a luz que já recebemos e, então, certamente mais nos será dado. Se deixarmos de fazer isso, nossa luz se tornará escuridão.
É da mais urgente importância que andemos com coração sincero, honesto e correto diante do Senhor. Se algum mal é praticado ou abrigado e tolerado, o canal de comunicação entre nós e Deus será cortado (temporariamente). É muito importante que nos lembremos disso. Enfermidades e fraquezas farão parte de nossa vida enquanto permanecermos no corpo, mas isso é diferente de voluntariamente permitirmos o mal. Eu preciso ser capaz de olhar para a face do meu Pai Celestial, com coração verdadeiro, honesto e íntegro, e dizer, “Aqui estou, bendito Senhor; faze comigo conforme tu queres”.
Depois, lembremo-nos que somos mordomos de Deus. Nosso tempo, nossa riqueza, nossos talentos, tudo que temos é dele e dele somente. Procuremos nos lembrar disso e aplicá-lo na prática, e como será feliz então nossa vida cristã! É um princípio divino: "Ao que tem [mais] se lhe dará" (veja Mt 13.12; Mc 4.25; Lc 8.18; 19.26). Quanto mais nos empenharmos em aplicar bem aquilo que nos foi confiado, mais nos será concedido. Seremos usados pelo Senhor e nos tornaremos cada vez mais felizes em seu serviço tão abençoado. Temos apenas uma vida – uma breve vida. Busquemos com coração renovado consagrar esta única vida totalmente ao Senhor – com o propósito de viver dia após dia para Deus e para servi-lo com corpo, alma e espírito – que pertencem a ele!
Com o passar dos anos, cuidemos para que nosso poder espiritual não diminua, mas que haja um aumento de energia e vigor espiritual, de forma que nossos últimos dias sejam os melhores. A santa fé que nos foi dada não consiste em falar. Realidade, realidade, realidade é o que queremos! Que toda nossa atividade seja de coração. Sejamos genuínos. As pessoas do mundo devem ser compelidas a dizer de nós: “Se existe de fato um cristão verdadeiro, lá está um”.
Deus Revelado nas Escrituras

Voltando às Escrituras, podemos conhecer nelas, por meio do ensinamento do Espírito Santo, o caráter de Deus. Nossos olhos são abertos sobrenaturalmente para ver como Deus é amoroso! E esse bom, gracioso e amoroso Pai celestial é nosso pai, nossa porção para o tempo presente e para a eternidade. E é à bendita imagem e semelhança do Senhor Jesus, aquele que se entregou por nós, que seremos transformados. Servi-lo deve ser nossa maior alegria e privilégio enquanto permanecermos na Terra.
Quando provações e aflições vierem, quando nos parecer que Deus não é a Pessoa amável, bondosa e graciosa apresentada a nós em sua Palavra, devemos murmurar e nos desesperar? Ah, não! Amado em Cristo, confiemos em nosso Pai celeste. Como crianças pequenas, dependamos inteiramente dele, repousando na doce segurança de seu eterno e imutável amor. Lembremos como ele agiu com os santos do passado, como tratava com eles. Lembremos o que é registrado a respeito de suas histórias, pois agora Deus certamente agirá, como sempre agiu, de acordo com sua Palavra. Esse conhecimento íntimo e experimental de Deus nos tornará verdadeiramente felizes. Nada mais o fará. Se não somos cristãos felizes, há algo errado. A culpa é nossa e somente nossa.
Em Deus nosso Pai e no bendito Senhor Jesus, nossas almas têm um rico, divino, imperecível e eterno tesouro. Tomemos posse, na prática, dessas verdadeiras riquezas. Que os dias que nos restam, na nossa peregrinação terrena, sejam gastos em consagração crescente, devota e intensa de nossas almas a Deus.
George Müller, 1805-1898, foi um gigante da fé; é conhecido pelos orfanatos na Inglaterra que iniciou e que foram mantidos pela oração, sem pedir ofertas a ninguém.


Fonte: O Arauto da Sua Vinda, Ano 26 nº 5 - Setembro/Outubro 2008



sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Chamado missionário? Dúvidas?? (2)


Qualidades básicas do missionário:

Aquilo que somos é mais importante do que aquilo que falamos ou fazemos. Deus procura um relacionamento mútuo de amor com seus filhos redimidos. E é nossa maneira de ser, de relacionar-nos com as pessoas que tornará nossa mensagem aceitável ou não às pessoas. Por isso a qualificação essencial é que sejamos marcados pela presença de Jesus em nossas vidas, que as pessoas reconheçam em nós o seu amor, sua graça, sua verdade.

Para que isso aconteça precisamos andar com Ele, estar como Ele, como foi o caso dos primeiros discípulos. Permitir que sua vida cresça em nós, que comecemos a ver o mundo e as pessoas com os olhos compassivos e justos dele. A Bíblia tem pouco a dizer sobre métodos missionários e muita ênfase na intimidade com Deus. Que Deus nos dê esse coração de procurar desenvolver a intimidade com Ele, muito mais do que a eficiência ou a quantidade de nossas obras feitas para ele (Mc 3:13-15; Jo 4:23; Ex 33 e 34:1-9). Moisés não aceitou a oferta da terra, e de um anjo poderoso como guia protetor – recusou-se a dar mais um só passo se Deus não estivesse pessoalmente com eles. E quanto mais intimidade alcançou, mais cresceu o seu desejo de uma intimidade mais profunda. Se não desejamos aprofundar a intimidade com Deus é porque ainda sabemos muito sobre Deus, mas conhecemos pouco a Ele.

O Treinamento Missionário

Quando Deus me convenceu de que eu tinha um chamado para o ministério transcultural, através de todo um processo, eu pedi: “Senhor, dê-me a oportunidade de receber uma boa formação”. Naquela época (l979) ainda havia poucas opções no Brasil, e comecei a fazer pesquisas, e fiquei convencida que o All Nations Christian College seria o lugar indicado. Quase todos os alunos (de todos os continentes) são profissionais, e todos os professores tem 5 anos ou mais de experiência em ministério transcultural. Realmente foi uma experiência muito rica, que me deu não apenas uma boa base bíblico-teológica, mas um excelente preparo para servir e trabalhar num contexto transcultural. Como isso me valeu no campo, em Angola e Moçambique! Não vou dizer que não cometi erros ou enganos, mas eu tinha uma boa base até para superá-los através do diálogo, e para procurar sempre entender e valorizar uma cultura diferente da minha.

Na Angola eu convivi com meus amigos missionários brasileiros, a maioria dos quais tinha uma boa formação bíblico-teológica, mas faltava qualquer preparo transcultural. Sofriam muito, desnecessariamente, porque não tinham sido preparados para esse confronto e integração a uma cultura diferente. Alguns cometeram erros graves por essa falta de preparo. Fiquei convencida do quanto é indispensável um treinamento apropriado, e fiz o meu mestrado com esse objetivo, de me tornar um instrumento nas mãos de Deus para contribuir com o preparo de outros missionários brasileiros. E é o que estou fazendo em Viçosa, no CEM, nos últimos 4 anos, depois de 10 anos de experiência abençoada no campo.

Percebo que muitos vocacionados tem pressa demais, e sempre procuro mostrar a importância de um bom preparo, que dá muito mais fruto a médio e longo prazo. Esse preparo inclui uma boa base bíblico-teológica, matérias missiológicas (vida missionária, contextualização, antropologia cultural, teologia bíblica de missão, fenomenologia da religião e outras); e uma boa base de experiência prática – ministério na igreja local, ministério com comunidades carentes, ministério transcultural (em tribos, grupos étnicos minoritários, ou outros países latinos): além de um preparo na vida devocional e na batalha espiritual, um bom conhecimento pelo menos do inglês, e muitas vezes de outra(s) língua(s).

O preparo não é algo diferente da própria vida missionária, o preparo já é vida missionária. Se os queridos vocacionados e suas igrejas compreenderem isso, vai ser uma grande ajuda.

Por: Antonia Leonora van der Meer


Chamado Missionário? Dúvidas??? (1)


Algumas sugestões para o preparo pré-campo.

Ter um chamado missionário é um grande privilégio, e na vida de muitas pessoas começa como uma grande paixão. Querem ir e querem ir já, porque há tantos que se perdem. Estudar muito seria uma perda de tempo.

Eu estou totalmente convencida do contrário. A tarefa é urgente sim, mas isso não significa que devemos ser imediatistas, nem que Deus tenha pressa. Deus se preocupa muito em preparar seu servo da melhor maneira para que se torne instrumento de bênção na hora própria.

A Necessidade de Confirmar a convicção da Vocação.

Não existe chamado a Cristo para a salvação, nem chamado para o discipulado, para o serviço, para a renúncia por amor a Cristo, mas sim uma resposta grata ao Senhor que sendo rico, santo, glorioso, por amor de nós se fez pobre, vulnerável, pecado. Nesse sentido, o missionário não é diferente de qualquer outro cristão. O Espírito Santo foi dado à igreja, e a todo cristão verdadeiro para nos fazer testemunhas de Jesus Cristo (At 1:8). O que há então de especial no chamado missionário? Como posso saber se eu fui chamado, se a outra pessoa foi chamada?

Até certo ponto se trata de uma experiência subjetiva, no sentido de ser intensamente pessoal, e íntima. Por outro lado precisa de confirmação objetiva, deve haver outros que reconheçam e apoiem esse chamado.

Como a Bíblia nos ajuda para saber se tenho chamado, e para onde ou o quê Deus está me chamando?

Em primeiro lugar mostra que não há 2 chamados iguais, cada pessoa foi chamada de uma maneira especial, mas todos os chamados de Deus eram reconhecíveis e até certo ponto reconhecidos pelos fiéis e obedientes:

  • Abraão foi chamado a abandonar sua família e terra e a peregrinar em terra desconhecida.
  • Moisés foi chamado quando não mais o desejava, e quando se sentia menos capacitado e apesar de ter sido rejeitado pelo povo quando tentou ajudar.
  • Davi, quando não pensava em nada além de sua tarefa de cuidar das ovelhas do pai;
  • Samuel, quando era menino pequeno, consagrado pela mãe;
  • Jeremias, como jovem sensível e tímido;
  • Isaías, como pessoa marcada pela visão da glória de Deus;
  • Neemias, porque foi sensibilizado com o sofrimento do seu povo, foi chamado a deixar o luxo e conforto da corte e a se identificar com um povo que vivia em circunstâncias simples, difíceis, e muita insegurança;
  • Amós foi tirado de sua labuta no campo para levar a palavra de Deus ao reino do Norte que vivia em plena rebelião contra o Senhor, adorando falsos deuses e cometendo todo o tipo de injustiças sociais;
  • Jonas, que não tinha o menor interesse na salvação dos assírios, foi enviado e usado por Deus para salvar a cidade que quer ver destruída;
  • Pedro, quando reconheceu ser um pecador indigno, e Deus foi quebrando sua inconstância e seus preconceitos e tornando-o um instrumento para a salvação de muitos;
  • Mateus, trabalhando na desprezada coletoria;
  • Paulo, em plena tarefa de perseguir a igreja… Paulo o judeu extremamente zeloso e defensor das suas tradições tornou-se o instrumento de Deus para escancarar a porta da salvação para os gentios.

O que havia em comum é que uma vez chamados, esses homens de Deus não podiam se calar, e continuar seus caminho como se nada tivesse havido.

Nem todo o chamado é para missões transculturais, mas toda igreja deve comprometer-se com essa tarefa que Jesus lhe transmitiu. Isso faz parte da própria natureza e propósito básico da Igreja. E toda pessoa chamada deve ter o apoio e a confirmação da sua igreja, de líderes cristãos amadurecidos. Caso sua igreja local não tenha ainda visão missionária, você pode ser um instrumento para despertá-la e haverá outros “pais na fé” que reconhecerão o seu chamado. (Veja o caso de Barnabé, enviado pela igreja de Jerusalém; e Paulo e Barnabé, enviados pela igreja de Antioquia).

Uma pessoa chamada por Deus não vive em paz enquanto não obedece a esse chamado, e sentirá alegria e satisfação na obediência, recebendo o amor e a compaixão de Deus pelo povo a quem deve servir. Estará disposta a abrir mão de vários projetos/ambições pessoais para colocar a obediência ao chamado em primeiro lugar. Isso não significa que imediatamente seus problemas, suas fraquezas e ambições serão eliminadas. Como todos os demais cristãos ele também é muito influenciado pela sua cultura e contexto, e precisará de muita graça e muita paciência de Deus, além de um bom treinamento apropriado, para aprender a desenvolver as atitudes mais próprias (veja o caso da preparação de Pedro para sua visita a Cornélio).

O chamado para servir a Deus através da nossa profissão é tão válido e espiritual quanto o de deslocar-se a outras terras. Enquanto há cidades com excesso de profissionais no Brasil, há outros lugares com grande carência. Porque não nos oferecemos a ir aos interiores carentes de nossa terra? Ou para servir aos menores carentes ou outros grupos marginalizados nas grandes cidades?

Algumas correntes de pensamento dizem que o importante é saber para qual ministério você foi chamado, você precisa verificar seus dons, seu treinamento, etc. e então definir onde poderá melhor servir. Tem muito de verdade nisso. Nem toda a pessoa tem as qualificações e dons apropriadas para todo o tipo de ministério, Deus deu capacidades diferenciadas para os membros do corpo. E normalmente um chamado missionário não é para começar a fazer aquilo que nunca fiz, mas para fazer aquilo que já estou fazendo em outro contexto específico. Por outro lado, há um perigo de ser muito rígido nessa concepção, de chegar ao campo e de não estar disposto, disponível para fazer aquilo que é necessário, que se espera de nós, porque somos especialistas em nossa própria área. Uma das qualificações importantes para o campo é a flexibilidade. Ouvi uma vez um missionário dizer que precisavam de mais “generais” no campo, i.e. pessoas dispostas a servir em “generalidades”.
Outros enfatizam muito a questão do local do chamado. O missionário em treinamento deve saber para onde foi chamado, se não o souber negam que haja chamado. Alguns mentalizam um lugar porque não agüentam a pressão de ser alguém que não sabe; outros sofrem agonias tentando saber, decidir. Eu creio que em muitos casos Deus dirige o vocacionado para um determinado lugar, mas essa direção vem na hora que Ele achar conveniente. O importante é estar disponível, e andar de acordo com a luz que já recebemos. E buscar informações sobre campos, agências, possibilidades e necessidades, num processo de oração e confiança. Na hora certa o missionário poderá tomar sua decisão com toda a confiança.
Porque essa convicção é tão importante? Porque sem ela é muito fácil desanimar ou desistir no meio do caminho, mas quando temos uma forte e profunda convicção de chamado teremos mais disposição a resistir, com a ajuda e a graça de Deus.


Antonia Leonora van der Meer

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A Intimidade e o Sinal Amarelo


Conversando com uma amiga do Ceará que morou em outro estado por algum tempo, ela me contou que o jeito cearense de ser amigo lhe causou certos problemas por lá. “Cearense perde o amigo mas não perde a piada”, dizemos por aqui, e em alguns casos pode se tornar mais que um simples provérbio ilustrativo do nosso humor irreverente.

Não só aqui, mas, eu creio, em muitas partes do país, temos a mania de tratar as pessoas próximas "muito mal". Isso acontece em casa, na igreja, no trabalho e na roda de amigos. Certos adjetivos, invocações, expressões, brincadeiras e comportamentos que temos com pessoas íntimas não são recomendáveis para com todas as pessoas, e podem levar a mal-entendidos e causar sérios problemas.

Intimidades trazem certas “licenças”, licença para criticar, ofender e falar verdades de forma não utilizáveis com os de fora do grupo. E o hábito de tratar as pessoas assim, diariamente, amortece nossa sensibilidade quanto ao impacto de nosso comportamento. É aí que mora o perigo.

É comum vermos pessoas no âmbito familiar adocicando seu cotidiano com mimos como "Sai do meio, seu abestado! Não está vendo que eu quero passar, não?". Ou então um "Essa lesada aí fechou a porta do carro no dedo e ficou chorando! Hahahaha!"... Ou "Ei, palhaço, vem aqui ligeiro!"

Normalmente tais brincadeiras entre amigos, além de não constituírem ofensas ou mágoas, principalmente quando ditas e percebidas em tom de brincadeira, ainda são retribuídas carinhosamente, às vezes com risadas de cumplicidade.

Pois bem, aquela amiga de que falei disse a alguém por quem ela nutria muita consideração “Deixa de ser besta!” Resultado: ela foi mal-interpretada, a interlocutora ficou magoada e ela quedou muito triste com a situação (porque a pessoa não entendeu que ela não queria ofendê-la).

No trabalho, um colega que costumava trocar vocativos atípicos comigo (era costume do local) me chamou de “safado” na frente de uma funcionária novata, e ela se espantou (a gente se tratava por “safado”). Ela reagiu bruscamente, afastando-se com a mão no peito e cara de choque, como se pensasse que ali começaria uma briga entre nós. Quando ela viu que percebemos a reação dela, e que era brincadeira nossa, todos caímos na gargalhada. Nem sempre você tem licença de ser amigo demais na frente dos outros – por mais que seja – e foi até bom que isso acontecesse para aprendermos uma lição e termos mais cuidado com os tratamentos.

Entre amigos também existem as gírias do grupo, que eu tento combater no meu linguajar e confesso ser difícil demais. Alguns amigos e amigas meus, por exemplo, se tratam por “Ei, macaco!” – isso me chocava. Hoje não me choca mais porque eu já sou um “macaco”. Mas não soa estranho para quem nunca ouviu?

Antes me diziam que eu era “formal demais”, mas com o tempo eu acho que exagerei pro outro lado, passando a chamar todo mundo de “bicho”. Só percebi isso quando orei um dia, revoltado, e desabafei com Deus usando essa terna e respeitosa fórmula de tratamento para ele. Enfim, isto é uma vergonha!

Ok, ok. Intimidade demais e mal-costume reiterado trazem consigo a necessidade de estarmos alertas a como estamos tratando as pessoas, e como estamos tratando Deus. Talvez a gente nem pense nisso muito, mas deveria.

Excessos de “intimidade” nos relacionamentos podem levar a sérias e chocantes consequências para quem está à nossa volta, que observa o nosso comportamento e espera de nós um procedimento, no mínimo, decente. E o que isso tem a ver com cristianismo? Tudo.

Por Avelar Jr

Culto, uma oportunidade de comunhão!!

Por Pr. Almir Marcolino
No blog Meditações de um Peregrino.


No Salmo 122 o peregrino celebra a oportunidade de cultuar a Deus em Jerusalém, o centro do culto do crente na Antiga Aliança. Sua alegria começou no momento em que foi convidado para ir à Casa do Senhor, o templo que estava em Sião. Aquela alegria que inicialmente o atraiu é lembrada agora, depois que chegou, e faz com que ele esqueça os perigos, desconfortos e cansaço da viagem. Estava diante da recompensa, e dizia: valeu a pena!


Isto porque seus pés estavam agora firmes dentro dos muros da cidade que Deus havia escolhido como símbolo da Sua morada. O valor da cidade estava naquilo que ela significava, na função que Deus LHE designara. É isso que o peregrino canta na segunda parte do salmo.


A cidade foi edificada para ser um centro de comunhão. Esta idéia aparece no verso três, e tem sido traduzida como “compacta” ou “bem sólida”. Na língua original dois termos são usados. Um expressa a idéia de “ajuntado”, “reunido”, “em comunhão”, o outro de “estar unido”. A versão grega traduziu com um termo que indica sociedade, companheirismo, participação compartilhada. Jerusalém foi construída para ser um local de unidade e comunhão do povo de Deus, era o centro onde a comunidade se reunia e manifestava sua unidade. Esta união não quer dizer uniformidade, pois eram doze tribos que subiam. Havia uma diversidade. Cada tribo era uma tribo distinta. O que as unia era o fato de serem do SENHOR (verso 4).


[Imagem: Changeman. Eles são toscos, têm uma indumentária de malha cafona, não foram paquitas e quase ninguém mais sabe quem são, mas eles têm uma lição a ser seguida pela igreja: apesar de viverem lutando, não lutam entre si e sempre vencem no final. E apanham muito sozinhos mas sabem que unidos são mais fortes (porque a bazuca só aparece se eles juntarem as armas, e o robô gigante só aparece se eles juntarem os veículos). O protestantismo parece ser exatamente o oposto mas não é - apesar de ter alguns toscos que juram que são os donos da "bazuca", do "robô gigante" e que vão vencer sozinhos... Mas eu já li o "script" todo e sei que o final não vai ser assim.* ]


Um dia Deus vai restaurar a Jerusalém terrestre como local de adoração e comunhão de Seu povo (Is 2.3). Mas, hoje nossa comunhão se manifesta na Igreja, o templo que Deus está construindo na atual dispensação (Ef 2.19-22; 4.16). É na reunião com outros irmãos que celebramos a nova aliança (1 Co 11.25,33), que cultuamos nosso Deus com alegria (Ef 5.19; Cl 3.16).


Este culto deve ser momento de comunhão, não apenas com Deus, mas também uns com os outros. Na Igreja, pessoas diferentes foram unidas num corpo (1 Co 12.13). Apesar das diferenças elas têm muito em comum (Ef 4.4-6). Só que esta unidade demanda esforço, ela não ocorre automaticamente (Ef 4.3). A alegria é completada através da unidade (Fp 2.1-4).


A igreja primitiva manifestava esta unidade. Perseveravam juntos, conheciam as necessidades uns dos outros, ajudavam-se mutuamente, compartilhavam refeições, e participavam de momentos alegres em união (At 2.42, 44,46).


Em muitas igrejas isto não ocorre. As pessoas chegam para o culto já em cima da hora, ou até atrasados, participam dos cânticos, escutam a mensagem, doam suas ofertas, e saem correndo para casa, para suas atividades individuais. Não há interesse em conhecer os outros adoradores, desejo de saber de suas alegrias e tristezas, de compartilhar de suas necessidades, de se prontificar para ajudar os que precisam.


Algumas vezes a idéia demonstrada é mais de pessoas que vão a um mesmo cinema assistir o mesmo filme, no mesmo horário, do que de adoradores que vão manter comunhão com Deus e uns com os outros. Não podemos falar de nossas igrejas como um grupo compacto, sólido e unido.


Da mesma maneira que Israel testemunha ter um só Deus através da adoração num só lugar, nós testemunhamos que Deus enviou Jesus através da unidade (Jo 17.21), testificamos que somos seguidores de Jesus através do amor uns para com os outros (Jo 13.35), manifestamos que passamos da morte para a vida ao amar os irmãos (1 Jo 3.14).


Note quantos mandamentos no Novo Testamento são acompanhados da expressão uns aos outros, e conclua que o cristianismo é coletivo, comunitário, e não uma espiritualidade individualista. Quando for ao culto procure adorar também através da comunhão. Assim, o ir a casa do SENHOR será motivo de alegria para você e para Deus. Pois, Hebreus 13.16 diz Não negligencieis, igualmente, a prática do bem e a mútua cooperação (comunhão) ; pois, com tais sacrifícios, Deus se compraz.

* Legenda da foto por Avelar Jr.

Uma questão de Perspectiva!


As impressões formam imagens, que por sua vez transformam em idéias fixas, que dão à luz os preconceitos. Anthony DeMello disse: "Se você é preconceituoso, enxergará determminada pessoa pela óptica de seu preconceito. Em outras palavras, deixará de enxergar a pessoa como pessoa". O fariseu interior gasta a maior parte do tempo reagindo a rótulos, seus e dos outros.

Conta-se a história do homem que foi até o sacerdote e disse:
_ Pastor, queria que o senhor fizesse um culto para meu cachorro.
O Sacerdote ficou irritado:
_ Como assim... um culto para seu cachorro?
_ Era meu cãozinho de estimação _ disse o homem. _ Eu amava muito aquele cão, e gostaria que o senhor oferecesse um culto para ele.
_ Aqui não oferecemos culto para cães _ disse o sacerdote. _ Você pode tentar na outra denominação, mais adiante nesta rua. Pergunte a eles se podem realizar uma missa para você.
Enquanto saía, o homem disse ao sacerdote:
_ Eu amava mesmo aquele cachorro. E estava até planejando doar um milhão de reais para o culto.
Então o sacerdote disse:
_ Espere aí!! Você não tinha me dito que seu cãozinho era crente.

Eu o exorto solenemente,
diante de Deus, de Cristo Jesus e dos anjos eleitos,
a que procure observar essas instruções
sem parcialidade; e não faça nada por favoritismo.
1 Timóteo 5.21

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Retire a Máscara!!


Creio que Jesus chama a todos nós para abandonar o desejo de parecer bons, para abrir mão da aparência de bons, de modo que possamos escutar a Palavra dentro de nós e agir no ministério de quem somos. Quando nos preocupamos em projetar a imagem perfeita, a de um cristão-modelo que edifica os outros com suas virtudes, ficamos muito preocupados com nós mesmos, adquirindo um comportamento de pedestal, escravisando-nos ao respeito humano. Como afirmou Larry Hein, parafraseando Tao Te Ching, "Pare de tentar se parecer como um santo. Será bem melhor para todo mundo."

Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus,
que, embora sendo Deus,
não considerou que o ser igual a Deus
era algo que devia apegar-se;
mas evaziou-se a si mesmo,
vindo a ser servo,
tornando-se
semelhante aos homens.
Filipenses 2.5-7

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Site localiza capítulos da Bíblia geograficamente


O site “BibleMap.org” é o primeiro a localizar todos os capítulos da Bíblia geograficamente.

Basta digitar o capítulo desejado e, através de um aplicativo do Google Maps, ele identificará a exata localização em que se passou a história, além de disponibilizar o capítulo em inglês.

A página foi desenvolvida por funcionários do “HeLives.com”, um site religioso. Segundo a descrição do “BibleMap”, “[...]a motivação para criar o site foi simples: criar um ‘atlas’ gratuito da Bíblia com o Google Maps. Nós esperamos que a página seja uma benção para você e o ajude a deixar o livro da Bíblia mais vivo em sua vida”.

Fonte: POP News/O Verbo

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Paradoxo!



Quando tenho meus surtos de sinceridade, reconheço que sou um amontoado de paradoxos. Creio e duvido, encho-me de esperanças e fico desalentada, amo e odeio, fico mal quando devo me sentir bem, sinto-me culpada por não me sentir culpada. Confio e desconfio. Ajo com transparência e ainda assim embarco em dissimulações.

Aristóteles afirmou que eu sou um animal racional; eu diria que sou um anjo com a incrível capacidade de armazenar vícios.

Viver pela graça implica reconhecer toda a história da minha vida, ao lado iluminado junto com o lado obscuro. Ao admitir meu lado sombrio, aprendo quem sou e sobre o que significa a graça de Deus. Como dizia Thomas Merton:
"Santo não é aquele que é bom, mas o que experimenta a bondade de Deus".


"Em favor deles eu me santifico,
para que também eles sejam
santificados pela verdade".
João 17.19

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Não é fácil perdoar!

Como é difícil para o cristão de hoje perdoar. Não conseguimos sequer perdoar o irmão que pecou contra si mesmo, quanto mais se o pecado dele nos afetar diretamente. Quantos são desprezados dentro de nossas igrejas por haverem caído, por errar o alvo, sem chance de se levantar, a não ser sozinhos.

Inconscientemente achamos que seremos culpados de cumplicidade com o pecado caso sejamos suporte para um irmão pecador e, na prática, é isso que o restante da igreja pensa. Usamos todo o tipo de desculpa para não perdoar ou então perdoamos submetendo à pessoa a todo tipo de regra e condição para receber tão esperado perdão. Criamos até mesmo um chavão para perdoar: “Você está perdoado, mas as coisas nunca mais serão como antes...”. Pobre de nós, infelizes pecadores. Mal sabemos que poderemos ser os próximos a sofrer esse desprezo. Não percebemos que poderemos estar perto da mesma queda, e se isso acontecer estaremos também sozinhos, presos pelo arrependimento, mas sem a chave do perdão para nos livrar.

Todos nós conhecemos alguns exemplos de perdão como os do vídeo abaixo, narrados na música do grupo Ao Cubo ou encarnado no exemplo de vida dos pais do menino Ives, modelos radicais como estes, porém, em sua maioria são vividos por pessoas que não professam ser discípulos de Cristo. Que vergonha! Até mesmo os gentis são capazes de perdoar, mas nós, filhos de Deus, perdoados e salvos por Cristo, relutamos em perdoar até mesmo a menor das ofensas...

Só existe um modelo para o perdão, o modelo de Cristo, e só existe um motivo para o cristão não perdoar seu irmão: não ser Cristão.

Reflita sobre o perdão e exercite-o, a sua vida depende disso.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Chamado, mas não para ser capacho!!

Esta situação tem estado em minha mente: uma jovem discípula de Jesus queria desenvolver um espirito de compaixão por todos os seres humanos. Mas, quando foi ao supermercado comprar mantimentos, teve sua compaixão dolorosamente provada por um subgerente repulviso que queria submetê-la a carícias indesejadas.

Num dia chuvoso e sombrio, ela não podê mais tolerar e começou a gritar zangadamente com o gerente. Para o seu desespero, ela viu Jesus, que estava pegando um pote de "amendocrem" na prateleira e calmanente observava seu comportamento. Envergonhada, ela aproximou-se do Senhor, esperando ser repreendida pela raiva que manifestara.

"O que você deve fazer", Jesus bondosamente a aconselhou, "é encher seu coração com toda benevolência que puder reunir. Depois bata na cabeça dele com seu guarda-chuva".

Em nenhuma parte das escrituras Jesus dá a entender que ser compassivo significa ser capacho. Não há nenhum vestigio de coibição quando Jesus vocifera: "Vocês pertencem ao pai de vocês, o Diabo, e querem realizar o desejo dele" (cf. Jo 8.44). Ouvimos uma completa frustração nas palavras "Até quando terei que suportá-los?" (cf. Mt 17.17), fúria implacável em "Para trás de mim Satanás!" (cf. Mt. 16.23) e ira flamejante em "Parem de fazer da casa de meu Pai um mercado!" (cf. Jo 2.16).

A sabedoria para discernir quando é apropriado dar a outra face e quando é hora de levantar o guarda-chuva procede somente de escutar as batidas do coração do Grande Rabino.

Estejam alertas e vigiem.
1 Pe 5.8

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Meu compromisso de Fé!


Qual a qualidade de meu compromisso de fé? Há movimento e desenvolvimento? Está vivo e crescente? Fé é um relacionamento de verdade com Jesus. Como qualquer relacionamento humano de amor, jamais pode ser estabelecido, estático, exaurido, terminal. Quando as escrituras, a ceia do Senhor e o minitério tornam-se rotina, estão em via de morrer.

Quando não valorizamos o amor do Pai,nós o encurralamos e o privamos da oportunidade de nos amar de maneiras novas e surpreendentes. Então a fé começa a se encolher e murchar. Quando fico tão refinado espiritualmente que "Aba" é coisa ultrapassada, então o Pai deixou de ser pai, Jesus foi domesticado, o Espirito foi amestrado e o fogo pentecostal se extinguiu.

A fé segundo o evangelho é a antítese da religiosidade confortável e cômoda. Fé significa que você deseja intimidade cada vez maior com Jesus Cristo. Custe o que custar, você naõ quer desejar mais nada.

No momento em que concluo que agora sei lidar com o espantoso amor de Deus, estou morto. POderia mais facilmente conter o golfo do México num pequeno cálice do que seria capaz de compreender o amor arrebatado e incontido de Deus.

Se é para nossa fé ser criticada, que seja pelas razões corretas. Não porque somos emotivos demais, mas porque não somos suficientemente emotivos. Não porque nossas paixões são muito intensas, mas porque são tão insignificantes. Não porque somos afetivos demais, mas porque nos falta um amor profundo, apaixonado e leal pela pessoa de Jesus Cristo.

"Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé." 2 Timóteo 4:7

Não sou eficiente!!



Não sou eficiente. Bem que já tentei, mas não consigo. Eficiência é virtude difícil, rara. Transforma gente comum em agência de alta produtividade e pouco desperdício. É um tipo de especialização naquilo que se faz todo dia. Padrão de atuação, ritmo, rotina. Uma pessoa eficiente desempenha com excelência o que lhe cabe diariamente. Ninguém faz aquilo melhor do que ela.

Não sou eficiente porque oscilo muito. Desanimo, com alguma facilidade. Caio de produção. Canso, decepciono-me, frustro-me. Não me dou muito bem com essa coisa de ser máquina. Não estou sempre bem... Não tenho sempre um sorriso... Não correspondo todas as expectativas sobre mim... Há dias em que não desejo levantar da cama. Já pensei, e não poucas vezes, em jogar tudo para o alto.

Um dia me disseram que eu deveria ser eficaz, não eficiente. A eficiência não é criativa, mas monótona. Reproduz, repete, insiste. Até aperfeiçoa-se, mas não se transforma. A eficácia é diferente, inovadora, certeira, maleável. Uma pessoa eficaz assume responsabilidades, as mais diversas, e atinge os objetivos. Se não é especialista em algo, cerca-se de quem o seja e cumpre seu dever. Sabe solucionar problemas e construir relacionamentos. Jamais deixa de produzir os resultados desejados.

Mas também não sou eficaz. Ah, como gostaria de ser... Erro mais que acerto, julgo equivocadamente, precipito-me. Produzo aquém do que consideram – ou considero – meu verdadeiro potencial e não tenho clareza a respeito do que é fundamental. Chego aos resultados questionando-me sobre sua validade; penitenciando-me por valores que deixei pelo caminho. Arrependo-me. Defendo-me. Não me compreendo.

Contudo, não desespero. Tenho salvação. Creio em Deus e reconheço minha dependência de seu Espírito Santo. Confio em sua eficácia: ofereceu-se uma vez por todas e salvou-me uma vez por todas. Redimiu minha vida, fazendo-me assentar nos lugares celestiais. Seu sopro me impulsiona, cria e recria em mim aquilo que há de mais importante. Estou seguro em suas mãos e sei que posso ser usado para a sua glória.

Confio na eficiência do Senhor, sua completude. Não desanima, não desiste, não desampara jamais. Faz nascer seu sol todos os dias, sobre maus e bons. A cada manhã renova suas misericórdias. Fala, ensina, corrige, disciplina. Sobretudo aos que ama. Seu poder levanta o caído e sua graça anima o abatido. Ele faz os meus pés como os da corça e me faz andar altaneiramente...

A mim, portanto, resta o efetivo. Resta-me ser efetivo, verdadeiro, real. Consciente de minhas limitações e dependente da direção de Deus. Consagrado. O efetivo também produz, também tem seu valor. Mas é um valor relativo, dependente: é efetivo quando usado corretamente! Nas palavras do apóstolo Paulo: “o bem que quero fazer, não faço (ineficácia: errar o alvo); o mal que detesto, pratico (ineficiência: fazer o malfeito). Miserável homem que sou; quem me livrará do corpo dessa morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor...

Seja Cristo a nos usar! Efetivamente! Eficazmente! Eficientemente! E para a sua glória!

Pr. Marcelo Gomes

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O ser de Deus!!


Por mais que relutamos e resistimos, a essência da nova aliança, bem como sua grande inovação, reside no fato de que a própria lei do ser de Deus é o amor.

Filósofos pagãos como Platão e Aristóteles haviam concluído a existência de Deus pelo raciocínio humano e refríam-se a ele em termos vagos e impessoais, como Causa Incausada e Motor Imóvel.

Os profetas de Israel, por sua vez, haviam revelado o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó de modo mais íntimo e apaixonado. Mas somente Jesus revela que Deus é um Pai de incomparável ternura; que, ainda que reunissímos toda bondade, sabedoria e compaixão dos melhores pais e mães que já existiram, não passariam de pálida sombra do amor e da misericódia presentes no coração do Deus redentor.

"Assim conhecemos o amor que Deus tem por nós e confiamos nesse amor. deus é amor. Todo aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele." 1 João 4.19

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Seja um socorrista!!


Conheça o trabalho deste pessoal e eles estarão em nossa cidade!

Graça e paz!

Teremos um treinamento na cidade de Maringá-PR nos dias 21, 22, 23 e 24 de abril de 2010.

Aguarde novas informações e acompanhe pelo site www.amesperanca.com.br ou www.sosglobal.org.br

Deus nos abençoe. Um abraço,

Suzana

Associação Missão Esperança - AME

11-5643 9685 ou 11-5643 1308

Formação Missionária a Distância (FORMAD)


Pra quem quer aproveitar bem o tempo livre, capacitar-se e estar se preparando pro seu chamado.
Veja esta opção de curso a distância com ótimo preço e o mais legal excelentes professores e uma instituição de boa reputação. Tô dentro e você??

A FTSA lança para o ano de 2010 o curso FORMAÇÃO MISSIONÁRIA A DISTÂNCIA (FORMAD), com ênfase na formação missionária para diversos contextos da Missão. É um curso com uma carga horária de 1600 horas/aula mais 200 horas de estágio na área escolhida para ênfase do curso e tem 02 (dois) anos de duração e ao longo do seu percurso contará com a presença de vários professores especialistas nas áreas de diversas partes do país e do mundo.

O curso conta com a Coordenadoria do missionário e professor Gedeon J Lidório Jr (que é o atual Coordenador de Educação a Distância da FTSA) e a consultoria direta do missionário Ronaldo Lidório, que trabalhou na elaboração do currículo e também ministrará várias disciplinas ao longo do curso. Ao final dos dois anos a FTSA emitirá certificado de conclusão do curso que será envia de duas formas (emitido em PDF - digitalmente e enviado por e-mail) e pelo correio tradicional no endereço que o aluno fornecer.

O curso contará com 4 ênfases, que o aluno/a poderá escolher para cursar sua especialização no quatro (e último) semestre do curso e poderá ser: MISSÕES TRANSCULTURAIS, ANTROPOLOGIA MISSIONÁRIA, MISSÃO URBANA ou LINGÜÍSTICA (veja mais detalhes na grade curricular).

Para o primeiro semestre contaremos com as seguintes disciplinas e seus professores:

Fevereiro 2010 - Educação Missiológica a Distância - Prof. Dr. Jorge Henrique Barro
Março 2010 - Teologia e Prática da Missão Integral - Prof. Ms. Jonanthan Memezes
Abril 2010 - Panorama Histórico do Cristianismo Mundial - Prof. Dr. Wander de Lara Proença
Maio 2010 - Teologia Bíblica do Plantio de Igrejas - Prof. Dr. Ronaldo Lidório
Junho 2010 - Exegese Bíblica - Antigo Testamento (Hermenêutica e Análise Instrumental do Hebraico AT) - Prof. Esp. Gedeon José Lidório Jr

O curso será ministrado em disciplinas modulares via internet (online) tendo a sua época de oferta vinculada ao mês do semestre descrito acima, através do sistema de aprendizagem virtual da Faculdade Teológica Sul Americana.

Investimento: R$ 127,00 (mensais) ou R$ R$ 110,00 (disciplina avulsa - nesse caso podem ser feitas apenas 2 por semestre).

Inscreva-se ainda hoje e garanta sua vaga.

Confissões velhas em um ano novo.


Poderia iniciar o ano cheio de planos, projetos, fôlego renovado, e muita vontade de fazer uma série de coisas diferentes do que fiz no passado. Há muito por fazer nesse ano, não muito diferente do que foi no ano passado; tenho sonhos bons e projetos fascinantes pela frente. Por isso, penso nisso sim (sem um pouco de luz, quem sobreviveria?); mas, agora que dei um tempo na urgência do “fazer”, tenho pensado em outras coisas, tais como velhos modos de ser que se perpetuam inadvertidamente ano após ano, em relação aos quais as festas e ornamentações rebuscadas de fim de ano tentam me manter distante, mas não conseguem...

E o que me faz nesse tempo de grande euforia, misturada com calmaria, arrazoar a esse respeito? Sei lá, talvez uma compulsão estranha por balanços, avaliações, conversas com a alma, fruto de uma inquietude que não se afasta de meu ser, mesmo quando estou “fora do ar”. Tem gente que prefere não falar, outros preferem ignorar, outros quem sabe são tão relaxados com tudo, que não veriam nada de errado em coisa alguma; todas as coisas são como as rosas. Pode ser; só que minha tendência é pensar: rosas também têm espinhos. E espinhos são coisas que machucam com o toque; espinhos na carne.

Quando vivo tempos de grande alegria e tranqüilidade penso na bondade, experimento a graça divina nas pequenas coisas, expressão do cuidado paternal. Em meio a isso tudo, ainda me encontro com os tais espinhos na carne. Parece que, não obstante impere o espírito de descanso, meus erros infantis não tiram férias. Pode alguém fugir da parte de si mesmo que mais detesta? Acho que não. Paulo estava certo: o mal que eu detesto, esse eu faço; e o bem que eu prefiro, esse eu não faço. E o estranhamento que às vezes paira, é semelhante ao do salmista: “Por que estás abatida, oh minha alma, por que te perturbas dentro de mim?”. Ano novo, velho jeito de ser. Não fossem as misericórdias, que se renovam, e a graça (que eu quero continuar a crer que me basta), o que restaria? Nuvens, neblina, vaidade...

Ao mesmo tempo, resolvi há certo tempo, que nada de humano me seria mais estranho. Então por que agora estranho esse meu modo humano, “demasiado humano” – Kierkegaard diria “paradoxal” – de ser? Às vezes penso que sofro da síndrome de coerência – e quem é capaz, por mais que tente, de ser coerente o tempo todo? Então oro pra que Deus me ilumine rumo a uma vida coerente, e que Ele me livre das máscaras de uma falsa e pretensa coerência. Quero consistência, abomino a mera superficialidade. Quero aprender a viver um dia de cada vez, e dar tempo para que os velhos cacoetes, produzidos pelo pecado que habita em mim, entrem no estado de progressiva partida, ou que pelo menos possam ser controlados, no alvorecer da maturidade e do progresso na fé, em relação ao qual não desejo ficar estagnado, jamais.

Nesse ano novo, graças a Deus, e em nome da sanidade, ainda não me encontrei com as falsas promessas e esperanças, muito menos com agendas que nada têm a ver com a realidade e com o que sou; encontrei tão somente a mim mesmo, nu diante do espelho de velhas confissões, e mais nu ainda diante de Deus – quem poderia fugir de sua presença? – imerso em migalhas não sistemáticas do pensamento, frangalhos de sentimentos, porém, ainda confiante de que a graça me basta! Porque quando sou fraco, então é que sou forte. Acima de tudo, muito mais do que não ignorar a voz às vezes confusa da alma, não quero ignorar a voz do Pai, que não me abandona nunca: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração como foi na provocação, no dia da tentação do deserto” (Hb 3.7).

Jonathan Menezes

Frases para se pensar, para se viver – Parte 8


Não quero viver um cristianismo que me custe apenas um ingresso.

Não vou barbanhar minha fé em troca dos manjares deste mundo.

Não quero outro legado, senão o de ter investido alguns minutos dos meus dias em amar o próximo.

Porque, geralmente, queremos falar que amamos as pessoas quando estas já partiram para outra?

O conformismo religioso é uma agência de turismo que financia viagens, só de ida, para o inferno.

Quando optamos viver pelos princípios, Deus mesmo é quem testifica da verdade.

Porque não gostamos de ministrações sobre pecado e arrependimento, se estas são as únicas capazes de nos levar a receber a salvação?

Acreditamos que sabemos todos os ingredientes que compõe o bolo de Deus. E mais, achamos que somos os únicos a conhecer o seu sabor.

Minha preocupação baseia-se em ficarmos analisando as teologias alheias e esquecermos de praticar a teologia prática do amor.

Nada me conforta mais do que sentir que estou nos braços do Pai.

A prisão da carne resulta na liberdade do Espírito.


Junior Della Mea
juniordm@gmail.com

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